Sim. Ainda compro CDs. Muitos. Todo mês. Eu tenho iPod, escuto MP3 24 horas por dia, mas ainda sonho em ter uma casa aconchegante com um aparelho de som na sala, para quando chegar exausto do trabalho, ligar a vitrola e colocar um belo disco pra tocar. Por que ainda compro CDs? Porque meu pai me ensinou desde pequeno o enorme prazer de desembrulhar, tocar com os dedos, sentir o cheiro do novo, abrir o encarte, ver as fotos, a ficha técnica, e sentir que além do som aquele objeto redondo e prateado tem uma história. Sim. Eu sou romântico.
Sim. Se tivesse dinheiro, compraria LPs. Círculos gigantes e negros. Arrisquei-me em comprar alguns dos Beatles e do U2, e embora meu ouvido não seja treinado e nem agraciado por Deus a ponto de perceber a diferença de qualidade entre um CD e um vinil, ainda compraria muitos e muitos discos. Por quê? Porque o cheiro da bolacha é diferente, inebriante. A capa é muito maior, e meus olhos apreciam com mais intensidade todas as cores e fotos que a compõem. E principalmente, o chiadinho produzido pelo encontro da agulha com o vinil. Nossa! Me relaxa. Me é estranhamente familiar. E acho que nem um MP4 com 180 GB de capacidade, que chora, que ri, que fala comigo, vai conseguir superar a sensação de ouvir o barulhinho bom de um vinil a tocar. Sim. Sou romântico.
Sim. Já tive muitos amores na vida. Muitos. A esmagadora maioria, platônicos. Por quê? Porque para mim há algo de mágico, encantador e quente poder olhar para uma garota e imaginar que nela está a metade que tanto me faz falta, que tanto me atormenta. Sentir o coração parar, as palavras sumirem, as mãos congelarem. Poder ouvir uma música de amor e ser arrebatado pelo sentimento único de que aquela música foi feita só para mim e ela, e para mais ninguém. Vontade de entregar bombons descompromissados, que não querem nada à primeira vista, mas que no fundo representam um ritual. Nesse ato singelo, bobo, infantil, estou entregando um pedaço de mim para alguém que não conheço quase nada, nem mesmo o nome completo. Um bombom para mim é praticamente uma declaração de carinho e de amor, de um menino que sempre treinou dizer um “Quer sair comigo?” diante do espelho, mas nunca teve a coragem de dizer essa pergunta. Sim. Eu sou romântico.
E assim meu coração vaga de lugar a lugar tentando encontrar o seu porto seguro, o seu lar. Por isso escrevo tantos textos românticos. Na verdade, a mulher representada neles não tem rosto, não tem corpo. É ideal. É Pandora. Mas este texto tem dono: você! Sim, você! Você que me faz feliz sem motivo aparente, que faz minha ilusão, meu País das Maravilhas se tornar real toda manhã. Sim. Eu sou romântico.
E sabe, talvez Lulu não seja o último deles. Eu ainda estou aqui. Olhando, imaginando, sentindo... Esperando por você.
“Quer sair comigo?”
3 comentários:
Quero!
ehhhhh vamo pro cinema...
nossa. recebi a noticia que era pra entrar aqui que tinha algo pra mim! acredita? hahahaha. adoro!
acho que as pessoas não entendem que vc escreve sobre fantasias e não sobre realidade. se a pessoa responde Sim a essa simples perguta, vc desisti, pq vive da fantasia e sair com ela pode não ser tão legal qto nos seus sonhos. fato! é que nem seu post anterior, em que vc diz no comentario que tudo na sua cabeça é melhor que na vida real.
só tenha cuidado, pq um dia vc terá muita saudade da sua epoca de sonhador, mas pode ter arrependimento de não abaraçar a realidade! :)
Quanto ao cinema, tb quero!
hahahahahahaha
Beijos!
Que lindo!!!
(depois olha seu e-mail)
bjos,
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