Texto antigo... Mas... Faz tanto tempo que não coloco nada! Enquanto a cachola não esquenta, vai esse mesmo!
Um dia desses estava eu em minhas andanças pela Praça da Liberdade. Era uma quinta-feira, à noite, mas não tão noite assim. E avistei de longe um menino, com seus dezesseis anos. Era loiro com os cabelos lá pelas costas, todo de preto e cheio de correntes. E segurava em suas mãos um violão de nylon. Como não tinha nada para fazer, sentei a certa distância e comecei a observá-lo.
Não demora muito e chega outro amigo dele. Os dois se cumprimentam a seu modo peculiar e começam conversar. Uma conversa sobre ficar com uma “patricinha”. Que curioso. Dois “amantes” do metal querendo patricinhas. Por que será que não procuram alguém de sua tribo? Sei lá, tem algo errado.
Então, o amigo pede para que ele toque músicas pesadas no violão de nylon. Músicas que o façam vibrar, se emocionar a ponto de girar a cabeça para cima e para baixo. Sem titubear, o menino encosta sua cabeça no corpo do violão e começa a fazer uma batida. Uma batida um tanto familiar para mim. Algo anos 80. O que será? “Será”, da Legião Urbana. Mas, isso é música pesada? Isso não faz minha cabeça nem ir para os lados, quanto mais agitar. Tem caroço nesse angu.
Os garotos, depois dessa longa música de dois minutos de duração, ficaram com sede. Então, chamaram um senhor que estava vendendo bebida na praça. Enquanto ele estava ao caminho dos dois, eles ensaiaram uma conversa sobre a dominação dos Estados Unidos na América e no Brasil. Achavam um absurdo, e ficavam indignados como nós aceitávamos tamanha dominação, sabendo que estávamos destruindo nossa cultura, e cada vez mais adotando a cultura do tio Sam como sendo nossa, desde que nascemos. Fiquei satisfeito ao ouvir aquilo vindo de dois jovens. O senhor das bebidas chega. Entre Guaraná Antártica, suco natural de tamarindo e de acerola, os meninos me pedem uma... Coca-Cola? Mas como? Cadê o discurso? Onde foi parar? Enquanto um deles bebe, o outro cantarola aquela velha canção de Renato Russo, da Legião Urbana: “Geração... Coca-Cola!” Ah, explicado.
Já farto de ver aquilo, e com medo de me decepcionar mais, já ia me levantando. Por coincidência um deles atende o celular. Depois de uma rápida conversa, ele se despede do amigo e vai embora, alegando que marcou com uma menina e precisava pegar um ônibus para o BH Shopping. O outro deseja sorte. Aperto de mão peculiar e tchau!
E eu? Bom, já totalmente descrente do menino do violão, resolvi seguí-lo para confirmar a história do ônibus, afinal metaleiro que é metaleiro anda de ônibus. Mas quando percebo, o menino anda mais acanhado, e, olhando para os lados para ver se não tem ninguém, entra num carro. Carro de luxo. Dentro dele estava uma mulher, talvez sua mãe. E depois de levar um esporro por ficar até tarde na Praça e ter perdido a sua aula de francês, o carro arranca, com o motor e a voz da motorista aos berros.
É... Vou ficar com o slogan das Havaianas, que são brasileiras legítimas: Metaleiros. Muitos jovens adoram usar esse nome. Mas, por favor, recuse imitações.
Não demora muito e chega outro amigo dele. Os dois se cumprimentam a seu modo peculiar e começam conversar. Uma conversa sobre ficar com uma “patricinha”. Que curioso. Dois “amantes” do metal querendo patricinhas. Por que será que não procuram alguém de sua tribo? Sei lá, tem algo errado.
Então, o amigo pede para que ele toque músicas pesadas no violão de nylon. Músicas que o façam vibrar, se emocionar a ponto de girar a cabeça para cima e para baixo. Sem titubear, o menino encosta sua cabeça no corpo do violão e começa a fazer uma batida. Uma batida um tanto familiar para mim. Algo anos 80. O que será? “Será”, da Legião Urbana. Mas, isso é música pesada? Isso não faz minha cabeça nem ir para os lados, quanto mais agitar. Tem caroço nesse angu.
Os garotos, depois dessa longa música de dois minutos de duração, ficaram com sede. Então, chamaram um senhor que estava vendendo bebida na praça. Enquanto ele estava ao caminho dos dois, eles ensaiaram uma conversa sobre a dominação dos Estados Unidos na América e no Brasil. Achavam um absurdo, e ficavam indignados como nós aceitávamos tamanha dominação, sabendo que estávamos destruindo nossa cultura, e cada vez mais adotando a cultura do tio Sam como sendo nossa, desde que nascemos. Fiquei satisfeito ao ouvir aquilo vindo de dois jovens. O senhor das bebidas chega. Entre Guaraná Antártica, suco natural de tamarindo e de acerola, os meninos me pedem uma... Coca-Cola? Mas como? Cadê o discurso? Onde foi parar? Enquanto um deles bebe, o outro cantarola aquela velha canção de Renato Russo, da Legião Urbana: “Geração... Coca-Cola!” Ah, explicado.
Já farto de ver aquilo, e com medo de me decepcionar mais, já ia me levantando. Por coincidência um deles atende o celular. Depois de uma rápida conversa, ele se despede do amigo e vai embora, alegando que marcou com uma menina e precisava pegar um ônibus para o BH Shopping. O outro deseja sorte. Aperto de mão peculiar e tchau!
E eu? Bom, já totalmente descrente do menino do violão, resolvi seguí-lo para confirmar a história do ônibus, afinal metaleiro que é metaleiro anda de ônibus. Mas quando percebo, o menino anda mais acanhado, e, olhando para os lados para ver se não tem ninguém, entra num carro. Carro de luxo. Dentro dele estava uma mulher, talvez sua mãe. E depois de levar um esporro por ficar até tarde na Praça e ter perdido a sua aula de francês, o carro arranca, com o motor e a voz da motorista aos berros.
É... Vou ficar com o slogan das Havaianas, que são brasileiras legítimas: Metaleiros. Muitos jovens adoram usar esse nome. Mas, por favor, recuse imitações.
Um comentário:
16 anos??
Noormal, eu fui assim! Eu queria mudar o mundo, como?
Bebendo coca-cola com vodca, usando all star... Tá bom, eu andava de preto, escutava Cazuza (sempre gostei mais dele do que de R. Russo), escrevia frases do Che Guevara no meu extinto icq! E falava Foda-se! Pregava a Revolução Cubana como o sucesso!
Tinha vergonha da minah família que tinha uma "vida ativa no sistema capitalista"!
Antes de completar 17, veio a guerra do Iraque, me lembro que era doida para ter a camisa do Bush com nariz de palhaço feita pela Vide Bula com escrito: "The world is not a joke!"
Enfim, eu achava que havia nascido na geração errada, achava que boa era juventude dos anos 60, 70!
O que mudou de lá pra ca? Não tenho mais 16 anos! Agora só sobrou a saudade e a letra da música que enviavamos pros amigos sem nem mesmo entender ou viver ainda o que estava nela:
"As vezes penso que foi tudo em vão
Parei pra pensar tantos anos depois
Se lembra quando éramos mais jovens
E tudo parecia ser mais fácil
Acho que crescemos demais
Aconteceu o que temiamos
Não vamos mais nos entender
Se foi a natureza ou o sistema só o tempo, dirá" (Canção para amigos)
Admiro muito meus amigos que continuam a "lutar", muitos ainda têm sonhos e planos pro mundo! :)
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