segunda-feira, 15 de junho de 2009

79

É essa a minha nota em Redação Jornalística I. 79. A primeira vez em 23 anos de vida que eu fico abaixo dos 80% em Português.

Sempre me orgulhava de estampar um "90 e tantos" na matéria que os meninos da minha sala arrepiavam até os cabelos ao ouvir o nome. Para mim, era uma coisa natural, conhecida, familiar. Um orgulho para uma mãe professora de... Português, claro!

E agora um 79...
Se bem, que, convenhamos, não existe nota mais merecida e nem mais parecida com esses últimos meses. O período do "QUASE LÁ"!

Para conseguir algo que não sei bem se ainda consegui, fiz escolhas muito difíceis, e muito erradas também. O Rafael estudioso e aplicado saiu de férias, e entrou um menino cego, surdo e mudo para qualquer aviso terreno. Um menino que só tinha olhos para seu novo brinquedo.
E esse menino faltou em muitas aulas. Esse menino começou a fazer trabalhos de 25 pontos faltando duas horas para entregá-lo. Esse menino, aos prantos, entregou um trabalho depois do horário, na sala dos professores, porque não conseguiu terminar em tempo hábil. Esse menino deixou de ganhar cinco pontos só para poder adiar um trabalho e ter mais tempo para estudar o que devia ter estudado antes. E era um trabalho de Redação Jornalística I.

Se esse menino tivesse estudado um dia antes que seja, teria ganhado cinco pontos de presença, de graça, só por estar apresentando no dia correto, e teria passado com 84...

Até podemos olhar e desejar as estrelas, mas devemos sempre ter os dois pés fincados no chão.

Confesso estar com o orgulho um pouco ferido, com a sensação de não ter conseguido alcançar meu objetivo maior. Muitos podem falar que é frescura, que eu sou idiota, que eu passei muito bem passado... Mas EU não acho isso. EU acho pouco. E gosto é gosto.

Esse texto é para minha mãe e para esse menino, que agora, toda vez que tentar tomar as rédeas de novo, vai sentar em um computador e ler isso aqui.

Porque não há amor no mundo que me pague a incompetência que estou sentindo.

Desculpe mãe! E menino, já pro castigo!

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