terça-feira, 4 de outubro de 2011

Passado, presente, futuro

Ela é pequena. Menor que eu. 24 anos, talvez? Cabelos negros com um corte especialmente diferente. Usa óculos de aro preto e também aparelho com borrachinhas vermelhas (talvez ela seja a única mulher do mundo que usa aparelho e continua linda...). Vestia calça jeans, moletom largo e vermelho, tênis branco. Tênis branco e limpinho! Seus olhos são marrons e sua pele ainda tem algumas imperfeições da adolescência, que vão passar logo. Não tem anel nenhum no anelar direito e - que alívio! - nem no esquerdo também. Parece ser livre. Se bem que isso não quer dizer muita coisa, não. Tem a voz doce, imperativa, sexy. Tem nome, mas esse eu não tive coragem de perguntar.

Meus olhos tiveram 30 segundos para reparar tudo isso. Entreguei o papel com o livro que estava precisando e, esperta que só, não demorou nada para trazê-lo até minhas mãos. Não deu tempo nem de eu enxugar o nervosismo travestido de leve brilho de suor que insistia em brotar da minha testa, mesmo debaixo do ar ar-condicionado.

E acabou. Bem assim. Tive que agradecer e parar de olhá-la. Olhar pra frente. Olhar pra vida sem ela. Que vida mais sem graça!

Mas ela ainda vai ser a minha namorada.


P.S.: Chegando em casa que eu percebi, estarrecido: ela ficou com o papel do livro. Ela ficou com o papel...

Um comentário:

Analu Oliveira disse...

eu não uso aliança e sou comprometida! hahahaha.