sábado, 23 de julho de 2011

The Flying Dutchman

Foi menos de um mês, acredito eu. Mas foi intenso. Você me tirou dos cascos do meu navio, me emergiu para uma superfície que há meses não visitava, e me mostrou que o mundo aqui em cima podia ser tão interessante quanto o fundo do mar. Com você eu pude conversar sobre coisas, sentimentos, sobre medos e músicas que nenhum outro ser humano seria capaz de entender.

E, de uma hora pra outra, me vi novamente sendo obrigado a andar só. Eu, que andei ao meio por 25 anos, precisei de um mês apenas para esquecer esse tacanho destino e até pensar que poderia ser diferente. E está difícil, se está... Nunca pensei que fosse doer tanto. Mesmo sabendo que isso haveria de acontecer, nunca pensei que fosse doer dessa maneira.

Por isso, embarco em meu navio hoje. E, por aqui, pretendo ficar um bom tempo. Não sei lidar com perdas, não sei lidar com dor. Mas volto para o mar feliz ao saber que minha cura existe. Mas não quero passar a outra metade da minha vida procurando a cura de ficar sem você.

Mandarei recados sempre, pelos peixes, tubarões e baleias. Serei presença, sempre de longe, observando e cuidando de você.

Talvez um dia eu suba. Ou, quem sabe até, você venha me visitar.

Saudades eternas.

2 comentários:

Ana Luiza Gonçalves disse...

:*
Não consigo comentar.

Analu Oliveira disse...

quando li isso, corri e desci ate o final da pagina, crente que no lugar das nuvens vc tinha colocado um fundo de mar e peixes!!! rsrs...