Instabilidade. Acho que é a maior característica dos sagitarianos. Como cavalos andando por um floresta enorme, nunca conseguimos achar um canto quente e aconchegnte que possa nos abrigar por duas noites seguidas. Mas ao mesmo tempo, nossos sonhos, aqueles para qual nossos arcos e flechas apontam, nunca mudam. Ao fechar os olhos, eles vem na minha mente em velocidade supersônica. Posso viver um dia intenso, cheio de reviravoltas, de desfios, de alegrias e decepções, mas é só parar por um segundo e sou levado ao encontro da minha mais maluca fantasia, meu plano secreto de vida. Mas embora saiba o que quero, é tão difícil chegar até lá... Sou um sagitariano que não foi ensinado quando pequeno a lançar sua flecha em direção a um alvo. Carrego a mesma lança há 23 anos. Olho para ela, e vejo uma madeira torta, velha, úmida pelas chuvas tomadas, pelas lágrimas derramdas, e que há tanto tempo não veem a luz do mundo aqui fora. E como um protetor do meio ambiente, é também insuportável a minha necessidade de ter o mundo ao meu redor em harmonia para que eu me sinta bem. É sinal de dever bem cumprido, ou também indícios que não estou protegendo meu habitat. E talvez por sermos seres fabulosos, únicos, meio homem, meio cavalo, não nos reconhecemos em nenhum rosto que atravessa nossa visão. E assim vago dias e noites a procura de um par, para conevrsar, para ver as estrelas, para recostar no muro e ver a pisagem da metrópole que avança pela floresta. Ser um animal nômde, com sede por viagens e novos ambientes, talvez expique a dor insuportável que sinto ao entrar todas as noites naquela contrução, que invade meu interior com suas escavadeiras jogando terra para cima, e tapando minha visão dos atros celestes. E para cumprir a sina que a sociedade nos impõe desde recém-nascidos, de um dia sermos doutores, torturo o meu próprio corpo para se condicionar aquele estábulo. Por mais dois nos. Almejo todos os dias do mais profundo do meu ser encontrar outro centauro para apoiar meu corpo cansado para que eu possa chegar ao meu objetivo.Não vou a nenhuma cantoria feita pelos animais ao meu redor, e não adianta insitir. Não quero uma árvore que dê frutos apenas por uma tarde. Quero todos os dias. Quero pra sempre. Tenho medo de me excluir do bando naturalmente, mas ao mesmo tempo é o que eu mais desejo. Olhar para todos sem sentir afeto ou dor ou ressentimento. Sagitariano não é 36. Talvez este seja o texto mais nu, mais cru que eu escreva aqui. Mas sou metade homem, e ao menos hoje, ela falou mais alto. Por enquanto sigo meu caminhó só. Espero que não seja por muito tempo, não quero que a metade animal aposse de todo o corpo. Enquanto galopo só, vou treinando um pouco minha pontaria.
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